DULCE NEIA
DULCE NÉIA. Eu rio tu navegas. Brasília, DF: 2004. 163 p. 15x18 cm. ilus. Patrocínio FAC/SEC/DF Capa André Pinheiro. Ilus. Ilustrações George da Guia. Ex. Antonio Miranda
Entre a semente da solidão
e o celeiro da saudade,
entra em meu campo de visão
um fino quadro de realidade.
São duas pessoas bem distintas
e suas vidas habitam em mim
e a paisagem que se pinta
é de um sorriso sem fim.
Nesse quadro que vou vendo
uma alma vai se tecendo
e uma vida que quase finda
agora é começo e nova sina...
Vou esconder-me de mim,
abaixar devagar,
desaparecer
um pouco...
Vou velar o silêncio do meu corpo,
Esse silêncio que me olha na cara.
Vou-me calar
até que a alma fale.
Vou caminhar na distância infinita
que nos junta e separa.
Vou deixar cortar a falta
de tua mirada.
Vou corta a fa ca da.
A noite de todas as noites
procura alguém para acordar:
O sertão vai vir A MAR
O mar vai vir a SER TÃO...
Poesia para mim
é alma
e
s
c
o
r
r
e
n
d
o
no papel.
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